Látex: reação alérgica que vai de prurido à anafilaxia
O látex, encontrado em produtos médico cirúrgicos e também em chupetas de crianças, brinquedos, balões de festas, preservativos, entre outros objetos, pode desencadear reações alérgicas de moderadas a grave. Os sintomas vão desde prurido nas mãos, rinite e asma até a forma mais grave, cuja reação pode resultar em uma anafilaxia. Muitas vezes a resposta alérgica pode iniciar por inalação de partículas de látex em suspensão em locais onde houve manipulação de luvas, balões de festas etc.
O contato com partículas de látex pode induzir formação de anticorpos que causam alergia. Isso é mais comum entre alérgicos e em pessoas que têm contato diário ou muito frequente com o látex, como médicos, enfermeiros, dentistas e pessoas submetidas a múltiplos procedimentos cirúrgicos.
De acordo com a especialista Dra. Fátima Emerson, médica da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBA), algumas pessoas alérgicas ao látex apresentam sensibilização cruzada a alimentos. “Isso significa que o anticorpo IgE, ao mirar a proteína do látex, atinge também proteínas do alimento que têm estrutura semelhante. Assim, a pessoa vai apresentar reação alérgica não apenas ao látex, mas também a tais alimentos. A este problema dá-se o nome síndrome látex-fruta, pois frutas foram os primeiros e os mais frequentes alimentos descritos com reações cruzadas ao látex”, explica a médica. As principais frutas causadoras dessa síndrome são: banana, kiwi, abacate, papaia e castanhas, mas reações cruzadas com batata, mandioca e outros legumes também já foram descritas.
Diagnóstico e anafilaxia – A anafilaxia ao látex deve ser diagnosticada pela história clínica cuidadosa, exames laboratoriais (IgE sérica específica) e testes alérgicos. A detecção de anticorpos IgE específicos e os testes cutâneos positivos conferem alto grau de certeza ao diagnóstico.
“Ao se confirmar o diagnóstico, o passo seguinte é a eliminação de todas as fontes de látex às quais o paciente pode se expor e identificá-lo durante atendimentos médico hospitalares, exames laboratoriais e procedimentos
odontológicos para que ele não corra riscos. Se o paciente tem contato profissional com látex, precisa utilizar outro tipo de material ou ser remanejado de suas funções”, conta a Dra. Fátima.
Sempre que um paciente com história de anafilaxia ao látex necessitar de intervenções cirúrgicas, a equipe médica e de enfermagem deve seguir padrões rigorosos de cuidados para não expô-lo a risco. Protocolos internacionais estão disponíveis e orientam profissionais a abordar esse tipo de situação.
Tratamento – Não há, por enquanto, tratamento padronizado para dessensibilização ao látex. No entanto, a imunoterapia sublingual está sendo testada, mas ainda não se confirmou a sua segurança e eficácia.
A crise de anafilaxia ao se inalar ou ter contato com o látex deve ser tratada como qualquer outra crise anafilática, lembrando-se do papel fundamental da adrenalina. O paciente deve sempre levar com ele o cartão de identificação, já disponível para impressão no site da ASBAI através do seguinte link: http://www.asbai.org.br/imageBank/asbai_cartao-pf.jpg .
Orientação sobre o tratamento imediato de crises, até que possa chegar ao pronto-atendimento e receber a assistência médica integral, é fundamental.
Sobre a ASBAI
A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia existe desde 1972. É uma associação sem finalidade lucrativa, de caráter científico, cuja missão é promover a educação médica continuada e a difusão de conhecimentos na área de Alergia e Imunologia, fortalecer o exercício profissional com excelência da especialidade de Alergia e Imunologia nas esferas pública e privada e divulgar para a sociedade a importância da prevenção e tratamento de doenças alérgicas e imunodeficiências. Atualmente, a ASBAI tem representações regionais em 21 estados brasileiros.
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