Futebol combina com diabetes?
Endocrinologista ressalta os cuidados específicos
Portadores de diabetes podem e devem fazer exercícios físicos, pois a prática colabora para estimular importante proteína (GLUT-4), que carrega a glicose que está sobrando no sangue para dentro da célula. A pressão arterial, o peso e as taxas de colesterol ficam mais controlados, o que ajuda para a boa saúde do diabético.
“Mas todo diabético precisa de cuidados específicos. Quando o atleta é de alto rendimento, como um jogador de futebol profissional, por exemplo, toda a equipe que o acompanha precisa estar atenta aos sintomas de hipoglicemia e hiperglicemia e, principalmente, aos métodos adequados para socorrer esse atleta”, alerta o endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP), Dr. Marcio Krakauer.
O jogador deverá seguir um cardápio diferenciado, com treinos dirigidos especialmente para ele. O monitoramento constante da glicose é fundamental e o conhecimento das necessidades do próprio organismo também é importante. “Esses atletas precisam se conhecer muito bem acima de tudo e entender como seu corpo e glicemia reagem ao estresse, ao exercício intenso, à competição e alimentação”, pontua Dr. Krakauer. Tontura, tremores, visão turva, fome, irritabilidade e suor excessivo são os sintomas mais comuns da hipoglicemia.
Para os jogadores de futebol diabéticos, é fundamental que as monitorizações sejam feitas constantemente, antes do jogo, no intervalo e ao final, seja com caneta ou até sensores que medem a glicose continuadamente e podem eventualmente ser usados durante a partida. “Caso o atleta venha a ter alguma complicação como retinopatia, por exemplo, não se deve recomendar esforços intensos. Alterações cardiológicas derivadas do diabetes também merecem atenção”, alerta o médico.
O diabetes tipo 2 ocorre na fase adulta, em indivíduos que podem estar com idade já avançada para o futebol profissional, portanto é mais raro ter esse paciente no meio futebolístico. De qualquer modo, para o atleta de qualquer outra modalidade esportiva também é imprescindível monitorar a glicemia e conhecer bem os medicamentos que utiliza, ter controle sobre a alimentação e conhecer o próprio corpo e como ele lida com desafios, estresse, tensão. Assim, será possível conviver com a doença e a prática de qualquer esporte.
Sobre a SBEM-SP
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