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Câncer pediátrico: existem complicações metabólicas tardias

Câncer pediátrico: existem complicações metabólicas tardias

#COPEM2025

“As crianças e adolescentes que sobrevivem ao câncer, muitas vezes, enfrentam desafios de saúde que vão além da remissão da doença. Esses pacientes têm um risco elevado de desenvolver doenças metabólicas e cardiovasculares precocemente, principalmente devido ao impacto dos tratamentos como quimioterapia e radioterapia”, explica Dra. Adriana Siviero-Miachon, endocrinologista pediátrica palestrante do 16º Congresso Paulista de Endocrinologia e Metabologia (COPEM), que acontece entre 8 e 10 de maio, no Centro de Convenções Frei Caneca.

A Academia Americana de Cardiologia aponta que, para os sobreviventes de câncer tratados na infância, o risco de doenças cardiovasculares ocorre antes dos 55 anos, representando uma preocupação significativa para o acompanhamento de saúde desses pacientes.

Riscos metabólicos elevados – Embora todos os sobreviventes de câncer enfrentem riscos aumentados, algumas doenças específicas, como a leucemia linfoblástica aguda, câncer pediátrico mais prevalente, e os pacientes que passaram por transplante de células tronco-hematopoéticas, apresentam um risco ainda maior de desenvolver complicações metabólicas e cardiovasculares. A Dra. Adriana destaca que a leucemia, por exemplo, pode desencadear alterações metabólicas, aterosclerose prematura e resistência à insulina, além de um aumento na gordura corporal, com predomínio na região abdominal.

Além disso, pacientes que passaram por transplante de células-tronco hematopoéticas, e que frequentemente recebem quimioterapia e radioterapia corporal total, enfrentam uma série de desafios. A associação desses tratamentos intensivos pode agravar o quadro de obesidade sarcopênica – a perda de massa muscular associada ao aumento de gordura corporal.

Fatores contribuintes e ações preventivas – A endocrinologista explica que as condições metabólicas nas crianças sobreviventes de câncer estão relacionadas a múltiplos fatores. “A relação entre genética, ambiente e tratamento contribui para essas alterações. O estilo de vida do paciente, incluindo hábitos alimentares e nível de atividade física, pode influenciar significativamente a evolução dessas condições”, afirma a Dra. Adriana.

Um dos maiores vilões neste processo é a radioterapia, especialmente quando aplicada em altas doses na região cranial, o que pode resultar em lesão hipotalâmica, alterando o equilíbrio hormonal e metabólico. Como consequência, os pacientes podem experimentar ganho de peso excessivo e alterações na distribuição da gordura corporal. Em particular, a obesidade hipotalâmica, cujo modelo são as crianças tratadas por craniofaringioma, caracterizada por ganho de peso de difícil controle e que exige estratégias terapêuticas complexas.

A importância do acompanhamento multidisciplinar – O acompanhamento das crianças sobreviventes de câncer deve ser realizado de maneira contínua e multidisciplinar. A Dra. Adriana reforça que é fundamental um acompanhamento constante com oncologistas, endocrinologistas, nutricionistas e outros profissionais de saúde. O objetivo é promover a melhoria do estilo de vida, incentivando uma alimentação saudável e a prática regular de atividades físicas, o que pode ajudar a mitigar os efeitos tardios do tratamento.

A avaliação desses pacientes inclui monitoramento da antropometria (peso, estatura e índice de massa corpórea), da composição corporal (por meio das medidas de circunferência ou de densitometria) e acompanhamento metabólico regular, com exames de glicose, insulina, hemoglobina glicada e lipídios sanguíneos. A pressão arterial também deve ser monitorada para detectar precocemente a hipertensão, um dos problemas frequentemente observados nesses pacientes.

Desafios no Tratamento e Cuidados Específicos – Tratamentos específicos para as condições metabólicas dos sobreviventes, como resistência à insulina, diabetes tipo 2 e dislipidemia ou hipertensão, devem ser baseados em consensos clínicos e personalizados.

No caso da leucemia, por exemplo, o “rebote precoce de adiposidade” durante a fase de manutenção do tratamento e nos anos seguintes é uma preocupação central. Esse aumento de peso pode ser observado mesmo em pacientes que não receberam radioterapia, sugerindo que outros fatores, também desempenham um papel importante no desenvolvimento dessas condições.

Para pacientes com craniofaringioma, a obesidade hipotalâmica, característica dessa doença, é um desafio terapêutico significativo. O tratamento dessa condição ainda continua controverso, com algumas medicações apresentando eficácia de curto prazo, mas sem comprovação de resultados duradouros.

“As crianças e adolescentes que superam o câncer precisam de uma atenção cuidadosa ao longo da vida, especialmente devido aos riscos metabólicos e cardiovasculares aumentados. Com um acompanhamento adequado e estratégias de saúde preventiva, é possível melhorar significativamente a qualidade de vida desses pacientes e reduzir o impacto das complicações tardias dos tratamentos oncológicos”, conclui a endocrinologista.

Outros temas quentes da Medicina serão abordados no evento, tais como: “Tratamento da Obesidade: onde estamos e o que esperar no futuro”, “Novos guidelines para câncer de tireoide”, “Disruptores Endócrinos: impacto sobre a função tireoidiana” e vários outros temas científicos de interesse para prática clínica, ou seja, que diretamente afetam o paciente.

O evento é realizado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

16° Congresso Paulista de Endocrinologia e Metabologia

www.copem2025.com.br

#COPEM2025

Data: 8 a 10 de maio

Local: Centro de Convenções Frei Caneca, SP

Credenciamento para imprensa: [email protected]

Sobre a SBEM-SP

A SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo) pratica a defesa da Endocrinologia, em conjunto com outras entidades médicas, e oferece aos seus associados oportunidades de aprimoramento técnico e científico. Consciente de sua responsabilidade social, a SBEM-SP presta consultoria junto à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, no desenvolvimento de estratégias de atendimento e na padronização de procedimentos em Endocrinologia, e divulga ao público orientações básicas sobre as principais doenças tratadas pelos endocrinologistas.

Serviço:

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