Gênero, raça e fatores socioeconômicos influenciam diagnóstico e tratamento de distúrbios da tireoide

Gênero, raça e fatores socioeconômicos influenciam diagnóstico e tratamento de distúrbios da tireoide

Estudo brasileiro avaliou que gênero, raça e os fatores socioeconômicos têm influência no diagnóstico e tratamento de distúrbios da tireoide em adultos. As doenças da tireoide são muito comuns na meia-idade e entre os mais idosos. O hipotireoidismo é uma das doenças mais comumente associada à prescrição de medicamentos por longo prazo, e é a deficiência hormonal mais comum.

Usando brancos como a etnia de referência, o estudo ELSA (Brazilian Journal of Medical and Biological Research (2015) 48(8): 751-758,) avaliou 15.105 adultos entre 35 e 74 anos, de seis cidades brasileiras: Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória, entre agosto de 2008 e dezembro de 2010. O objetivo do estudo foi determinar as incidências de doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, insuficiência renal, comprometimento cognitivo, e os fatores de risco associados mais importantes. A estimativa do tamanho da amostra foi calculada para permitir análises específicas de gênero.

Hipotireoidismo

O número de mulheres com hipotireoidismo diagnosticado (manifesto) foi muito maior que homens. Os participantes com esse distúrbio tireoidiano apresentam maior escolaridade e renda familiar do que os outros grupos. Frequências de hipotireoidismo subclínico e manifesto foram mais elevados em brancos, seguidos de pardos e negros.

Foi constatada menor incidência do hipotireoidismo manifesto em pardos e negros. A frequência do tratamento para o hipotireoidismo foi mais alta em mulheres, pardos, pessoas com alto grau de instrução e com famílias de alta renda.

“Sem dúvida parte destes dados pode ser explicada pelo maior acesso de indivíduos de classes econômicas mais favorecidas ao sistema de saúde. O estudo também alerta para a elevada prevalência do problema”, comenta Dra. Laura Sterian Ward, endocrinologista diretora da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

Hipertireoidismo

A frequência de hipertireoidismo subclínico foi maior nos brancos (embora não tão alta quanto ao hipotireoidismo), mas frequências em pardos e negros foram semelhantes.

As proporções de pacientes relatando o tabagismo foram maiores entre aqueles com hipertireoidismo manifesto e subclínico.

A raça negra esteve mais associada ao hipertireoidismo manifesto. A frequência de tratamento desta disfunção foi maior em idosos do que em indivíduos mais jovens.

Fatores sociodemográficos influenciaram fortemente o diagnóstico e tratamento dos distúrbios da tireoide, incluindo o uso de levotiroxina, medicamento para tratamento do hipotireoidismo.

Sobre a SBEM-SP

A SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo) pratica a defesa da Endocrinologia, em conjunto com outras entidades médicas, e oferece aos seus associados oportunidades de aprimoramento técnico e científico. Consciente de sua responsabilidade social, a SBEM-SP presta consultoria junto à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, no desenvolvimento de estratégias de atendimento e na padronização de procedimentos em Endocrinologia, e divulga ao público orientações básicas sobre as principais moléstias tratadas pelos endocrinologistas.

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