Bariátrica na população idosa: ferramenta para maior qualidade de vida
Endocrinologista destaca pontos de atenção
“Precisamos ter um olhar mais individualizado para a pessoa idosa com obesidade quando o assunto é a bariátrica”, comenta Dra. Sylka Rodovalho, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo – SBEM-SP.
De acordo com o Atlas da Obesidade 2022, a estimativa é que, em 2030, um em cada cinco mulheres e um em cada sete homens viverá com obesidade (IMC ≥30kg/m2), o que equivale a mais de 1 bilhão de pessoas em todo mundo (11,4% em 2010 vs 17,5% em 2030). E de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará a 2 bilhões de pessoas até 2050; isso representará um quinto da população mundo.
Se a população idosa está crescendo e a obesidade também, tudo indica que o futuro trará pessoas maiores de 60 ou 65 anos de idade acima do peso. Para a endocrinologista, é preciso buscar alternativas para que esse perfil de pessoas tenha sempre mais qualidade de vida, e a cirurgia bariátrica é uma das ferramentas que podem contribuir para uma vida longa e saudável. Entre os benefícios, além da redução de peso, estão: controle do diabetes, melhora no equilíbrio, melhora de comorbidades associadas, entre outros aspectos.
Entretanto, segundo Dra. Sylka, é fundamental que haja uma atenção específica no pré-operatório desses pacientes. Entres os pontos de cautela ela destaca:
– Correção da obesidade sarcopênica: será possível?;
– Avaliação das comorbidades, tais como insuficiência cardíaca;
– Avaliação do funcionamento dos rins;
– Fazer rastreamento para tumores, para evitar surpresas após a cirurgia;
– Verificar o aspecto nutricional: como é que esse paciente come, qual é seu padrão alimentar;
– Como está a saúde bucal desse paciente.
“Muitas vezes, esses pacientes já têm uma deficiência nutricional pré-cirurgia, então precisamos compensá-la antes da indicação para a bariátrica e não contraindicar a cirurgia só porque a pessoa passou dos 65 anos”, finaliza a endocrinologista.
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