Espasticidade: dano cerebral pode comprometer musculatura e causar deformidades ósseas e das articulações

Espasticidade: dano cerebral pode comprometer musculatura e causar deformidades ósseas e das articulações

  • SUS oferece tratamento especializado
  • Prematuridade é um dos fatores que podem desencadear o problema

 

A espasticidade é uma condição clínica que ocorre por causa de algum dano na parte do cérebro ou da medula espinhal, que controla os movimentos voluntários dos músculos. Dentre as doenças mais comuns que levam a espasticidade estão a paralisia cerebral, lesão medular, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, acidente vascular cerebral e lesões cerebrais – causadas por falta de oxigênio ou traumatismos físicos, hemorragia ou infecção.

O tratamento precoce pode amenizar o surgimento dos sintomas. “A espasticidade deve ser diagnosticada o mais cedo possível, para que a fisioterapia possa ajudar no “amolecimento” da musculatura, evitando complicações como encurtamentos”, afirma Dr. Ricardo Santos de Oliveira, neurocirurgião pediátrico.

Normalmente, pacientes com espasticidade costumam apresentar endurecimento da musculatura dos braços e pernas, reflexos hiperativos e deformidades ósseas e das articulações. Entre as consequências estão as dificuldades para desenvolver atividades diárias, tais como, caminhar, escovar os cabelos, alimentar-se, vestir-se e até a realização da higiene pessoal.

A prematuridade também é um fator que pode levar a isquemias ou hemorragias cerebrais no neonato, e que podem evoluir para quadros clínicos de espasticidade.

Existe um tratamento adequado para a doença?

Após uma avaliação multidisciplinar especializada deve-se planejar uma estratégia de tratamento específica.

Em alguns casos, medicamentos podem ser administrados por via oral para ajudar no relaxamento muscular. As injeções de toxina botulínica podem reduzir o endurecimento da musculatura, contudo, após alguns meses, o efeito desaparece.

Já em relação às cirurgias, a rizotomia dorsal seletiva e a colocação de bombas com injeção de medicamento dentro do espaço dos nervos (intradural) podem ser realizadas. “A rizotomia dorsal seletiva consiste na realização de uma incisão na região lombar, identificação das raízes lombossacrais e, através do auxílio da monitorização neurofisiológica, separamos as raízes sensitivas e realizamos a secção de 50% a 75% de acordo com o grau de espasticidade”, explica Dr. Ricardo.

O Brasil dispõe de tratamento especializado para aos casos de espasticidade, inclusive, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes devem ser encaminhados através dos serviços de saúde para instituições preparadas e com profissionais habilitados.

 

Sobre Dr. Ricardo de Oliveira – Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRPUSP). Doutor em Clínica Cirúrgica pela Universidade de São Paulo, com pós-doutorados pela Universidade René Descartes, em Paris, na França e pela FMRPUSP. É orientador pleno do Programa de Pós-graduação do Departamento de Cirurgia e Anatomia da FMRPUSP e médico assistente da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Também é docente credenciado do Departamento de Cirurgia e Anatomia da pós-graduação e tem experiência com ênfase em Neurocirurgia Pediátrica e em Neurooncologia, atuando principalmente nas seguintes linhas de pesquisa: neoplasias cerebrais sólidas da infância, glicobiologia de tumores cerebrais pediátricos e trauma crânio-encefálico. Foi o neurocirurgião pediátrico principal do caso das gêmeas siamesas do Ceará. Atua com consultórios em Ribeirão Preto no Neurocin e em São Paulo no Instituto Amato.

 

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