“Tivemos sorte com a covid, pois sabíamos que a proteína Spike do vírus era importante”

“Tivemos sorte com a covid, pois sabíamos que a proteína Spike do vírus era importante”

Plataformas vacinais é um dos temas do 49º Congresso Brasileiro de Alergia

#congressoalergia2022

A velocidade com que se produziu a vacina contra a covid-19 trouxe muita desconfiança a milhares de pessoas. Porém, a agilidade no desenvolvimento dos imunizantes se deu por várias razões.

“Em primeiro lugar havia uma enorme necessidade, tendo em vista a progressão da pandemia e muito esforço foi concentrado. Em segundo, houve um afluxo enorme de recursos para os pesquisadores e empresas de vacinas. Nos EUA, por exemplo, cada empresa americana recebeu um subsídio de 2 bilhões de dólares. Em terceiro, já se sabia que a proteína Spike do SARS-CoV-2 seria o alvo dos anticorpos neutralizantes, pois estudos anteriores com SARS-CoV, que insurgiu na China em 2002, haviam demonstrado este fato. E, vários grupos no mundo haviam desenvolvido plataformas de vacinas que, simplesmente, foram adaptadas à Covid-19”, explica o Dr. Jorge Kalil, professor da disciplina de Alergia e Imunologia Clínica da Universidade de São Paulo (USP) e um dos palestrantes do 49º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia.

As novas plataformas vacinais – Dr. Kalil conta que as vacinas que apareceram rapidamente no mercado tinham dois tipos de antígenos, que é a parte do vírus mais importante para ser alvo da resposta imunológica. Ou usaram o vírus inteiro inativado ou a Spike. Há ainda, a plataforma de entrega do antígeno ao sistema imune. As que surgiram mais rapidamente são as de vetor viral, adenovírus, não replicativo. Estes adenovírus causam normalmente resfriado comum.

“Há um gene silenciado neste vírus para que não possa se multiplicar. Este vírus é colocado na célula utilizado para cultivo e, assim, sem esta célula, não se replica in vivo. Neste vetor viral é colocada a informação genética da Spike. Quando o vírus é injetado e entra numa célula, o genoma do vírus se traduz em proteínas e entre elas está a Spike, que desencadeará a resposta imune. Para as vacinas de RNA, a mensagem é colocada neste RNA mensageiro que é encapsulado em nanopartículas. Quando injetado, este RNA penetra na célula e produz a Spike, que será excretada e desencadeará a resposta imune”, detalha o especialista. Estas vacinas estão fazendo enorme sucesso por não apresentarem efeitos adversos e por desencadearem resposta imunológica de defesa muito eficaz.

O médico conta que que os riscos na produção de vacinas nessas novas plataformas são pequenos. “Esperamos cada vez mais vacinas. Tivemos sorte com a covid, pois sabíamos que Spike era importante. A resposta celular foi um pouco negligenciada e a eficácia destas vacinas poderia ter sido mais elevada. Futuras vacinas mais eficazes virão. Além do que, estas vacinas evitam a doença na sua forma mais grave, mas não a infecção”, diz o médico.

Dr. Kalil comenta ainda que o Brasil não está preparado para desenvolver uma nova vacina e isso seria muito importante para que o País não dependa sempre do exterior.

 

49ª Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia

Data: de 18 a 20 de novembro

Local: Centro de Convenções Frei Caneca

Endereço: Rua Frei Caneca, nº 569 – 5º andar – SP

Inscrições: www.congressoalergia2022.com.br/site/alergia2022/inscrições

Credenciamento de Jornalistas: imprensa@gengibrecomunicacao.com.br

 

Sobre a ASBAI

A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia existe desde 1972. É uma associação sem finalidade lucrativa, de caráter científico, cuja missão é promover a educação médica continuada e a difusão de conhecimentos na área de Alergia e Imunologia, fortalecer o exercício profissional com excelência da especialidade de Alergia e Imunologia nas esferas pública e privada e divulgar para a sociedade a importância da prevenção e tratamento de doenças alérgicas e imunodeficiências. Atualmente, a ASBAI tem representações regionais em 21 estados brasileiros.

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