Aplicativos para saúde mental podem auxiliar no rastreamento e gerenciamento de sintomas

Aplicativos para saúde mental podem auxiliar no rastreamento e gerenciamento de sintomas

 

“Aplicativos para saúde mental: da tela do desenvolvedor para a tela do usuário” é tema de aula no 22ª Brain, Behavior and Emotions, congresso de neurociências que acontece de 7 a 10 de junho, em Florianópolis.

“Os aplicativos na área de saúde mental oferecem benefícios ao paciente por algumas principais vias: (1) psicoeducação, isto é, a possibilidade da pessoa aprender mais sobre saúde mental (sintomas, comportamentos, bem-estar, práticas positivas etc.); (2) automonitoração dinâmica, isto é, o usuário de aplicativo pode registrar sintomas e comportamentos com objetivo de perceber padrões (melhora, estabilidade, piora); (3) intervenção automatizada, isto é, o usuário com algum transtorno mental leve aprender sobre técnicas psicológicas e comportamentais que podem aliviar os sintomas, funcionando como um tratamento auto-aplicado”, explica Dr. Daniel Graça Fatori de Sá, doutor em Psiquiatria e pesquisador da USP, que palestrará na 22ª edição do   Brain, Behavior and Emotions.

Dr. Fatori conta ainda que os cenários acima podem ser somados à atuação conjunta com um profissional de saúde, que poderá se utilizar das vantagens do aplicativo (psicoeducação, monitoramento) para melhorar ou adicionar aos tratamentos tradicionais (psicoterapia, medicação). Esta opção ainda pode ser somada ao teleatendimento, seja via aplicativo ou plataformas web.

Aplicativos oferecem uma forma relativamente barata e eficiente de registro dinâmico de sintomas e comportamentos. Ao contrário de entrevistas e questionários tradicionais, o aplicativo oferece o que se chama tecnicamente de ‘validade ecológica e temporal’, ou seja, o registro do sintoma/comportamento está próximo do local de ocorrência (ambiente) e do momento temporal. “Além disso, o registro dinâmico e em tempo real permite o processamento via algoritmos de aprendizado de máquina, que, por sua vez, permitem sofisticadas análises que podem classificar padrões que potencialmente podem levar a um diagnóstico ou até mesmo prognóstico”, explica Dr. Fatori.

Bem-estar psicológico dos usuários – Recursos relacionados à psicoeducação, isto é, materiais de vídeo, áudio ou texto com linguagem para público leigo que permitem o usuário aprender como se utilizar de técnica psicológicas em seu dia a dia têm se mostrado mais eficazes na melhoria do bem-estar psicológico dos usuários, de acordo com o pesquisador.

E o que os médicos devem considerar antes de sugerir um aplicativo ao paciente?A principal questão seria saber se um determinado aplicativo foi previamente validado cientificamente. Alguns pontos importantes: (1) se o aplicativo se utiliza de um modelo teórico aceito pela comunidade científica e com validação; (2) se o aplicativo teve sua eficácia testada por meio de ensaios clínicos randomizados e controlados; (3) se o aplicativo oferece segurança acerca dos dados; entre outras”, acrescenta ele.

Também fazem parte das boas práticas considerar os pontos levantados acima e explicar para o paciente o porquê do aplicativo ser relevante para o tratamento e como deve ser o uso. Assim como um medicamento, também devem ser monitorados potenciais efeitos adversos do uso do aplicativo.

Não há estatísticas oficiais sobre o uso de aplicativos para saúde Mental. Contudo, um levantamento feito pela Gympass indica que “o uso médio de aplicativos de saúde mental e emocional no primeiro trimestre de 2021 cresceu 130% em relação à média de utilização do ano passado inteiro”.

Além do pesquisador Dr. Daniel Fatori, entre os palestrantes convidados do 22ª Brain, Behavior and Emotions figuram nomes como Domenico de Masi (Itália), Mayana Zatz, Elisa Kozasa, Carlos Zarate (EUA), David Nutt (Reino Unido) e Thomas Insel (EUA) (confira a grade na íntegra aqui).

O BRAIN inova a cada ano e oferece um espaço disruptivo que permite a atualização científica e da prática clínica para pesquisadores e profissionais da saúde das áreas de Psicologia, Neurologia, Psiquiatria, Geriatria e Gerontologia, Neuropsiquiatria, entre outras. Neste ano, o Congresso contará com a participação de mais de 200 palestrantes nacionais e internacionais.

 

22ª Brain, Behavior and Emotions

 

Data: De 07 a 10 de junho

Local: Florianópolis

Inscrições: https://www.braincongress.com.br/inscricoes/index.php#topo

Credenciamento Jornalista: imprensa@gengibrecomunicacao.com.br