As consequências da cirurgia bariátrica na saúde óssea

As consequências da cirurgia bariátrica na saúde óssea

Má absorção de nutrientes resulta em prejuízos na mineralização e densidade óssea

 

Entre 2017 e 2022, o Brasil registrou cerca de 315.720 cirurgias bariátricas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Deste número, 252.929 foram realizadas por meio da saúde suplementar (ANS), 16.000 foram procedimentos particulares, e 46.791 foram realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse contexto, o Dr. Sérgio Maeda, presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO), aborda os impactos da cirurgia bariátrica na saúde óssea.

Segundo o endocrinologista, a cirurgia bariátrica é uma medida extrema utilizada no tratamento da obesidade grave, resultando em redução de peso devido à combinação de restrição alimentar e má absorção de nutrientes. Embora seja eficaz na melhora de diversas condições, como glicemia, problemas cardiovasculares e dores nas articulações, a saúde óssea é afetada de maneira negativa.

“Após a cirurgia bariátrica, o paciente experimenta uma significativa perda de peso durante o primeiro e segundo ano. Essa redução de carga sobre os ossos leva a uma adaptação da estrutura óssea ao novo peso. Vale destacar que a má absorção de nutrientes resulta em prejuízos na mineralização e densidade óssea. Essa contínua perda de massa óssea associada a perda de massa muscular, aumenta a suscetibilidade à osteoporose, fraturas e a sarcopenia a longo prazo”, destaca o especialista.

Segundo ele, é essencial garantir uma reposição adequada dos nutrientes que passam a ter dificuldade deabsorção pelos pacientes, a fim de evitar o aumento do hormônio PTH e a aceleração da perda óssea. Nesse contexto, o especialista ressalta a importância da suplementação de citrato de cálcio, vitamina D  e magnésio.

“É importante verificar o tipo de cirurgia que foi realizada no paciente, pois há cirurgias que provocam menos prejuízo da absorção. Caso o paciente tenha sido submetido a uma derivação biliopancreática ou alguma técnica disabsortiva, será necessário que haja uma maior suplementação de cálcio e vitamina D”, salienta o endocrinologista.

O médico ressalta que após a bariátrica, será necessário inicialmente adaptar-se a uma dieta líquida e controlar a quantidade de alimentos consumidos. Para promover uma saúde óssea ideal, é essencial fazer uma suplementação adequada de nutrientes e realizar consultas periódicas com especialistas médicos.

 

Sobre a ABRASSO

A ABRASSO, Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo, representa a união das três principais sociedades médicas dedicadas ao estudo da osteoporose e do osteometabolismo no Brasil: SBDENS (Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica), SOBEMOM (Sociedade Brasileira para Estudo do Metabolismo Ósseo e Mineral) e a SOBRAO (Sociedade Brasileira de Osteoporose).

Criada em 2011, conta hoje com cerca de 1.500 associados de diversas especialidades médicas, além de outros profissionais da área da Saúde que, juntos, têm a missão de difundir o conhecimento científico, estimular o ensino,  a pesquisa e realizar ações preventivas da saúde junto ao público leigo.

 

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