Implante hormonal e os riscos diante de um diagnóstico de câncer de mama
A indicação da reposição de hormônios que pode ser suspensa imediatamente é a mais segura
Reposição hormonal por meio de implante pode oferecer riscos à mulher. O alerta é da endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato, que descreve uma possível situação para exemplificar: “A mulher coloca um implante hormonal composto por gestrinona, estradiol e/ou testosterona para fazer a terapia de reposição hormonal. Esses implantes têm duração de cerca de seis meses. Porém, no meio do período de validade do implante, a mulher é diagnosticada com câncer de mama. O que fazer, já que esses hormônios são totalmente contraindicados nos casos de câncer?, pergunta a médica.
Dra. Lorena explica que frente ao diagnóstico é preciso retirar o implante o mais rápido possível. No caso daqueles que são inabsorvíveis, ou seja, que são um pallet plástico implantado na região glútea, pode-se localizar o implante com o auxílio de ultrassom e retirá-lo, minimizando os efeitos da terapia de reposição hormonal.
“Mas se o implante for do tipo absorvível, a retirada dele será muito difícil e poderá impactar ainda mais o emocional feminino, isso porque pode ser necessária a remoção de uma grande área de tecido da região onde foi implantado o hormônio. Se pensarmos que a mulher já precisa lidar com o diagnóstico, uma possível mastectomia (retirada da mama) e a quimioterapia, o impacto psicológico será ainda mais acentuado”, detalha a endocrinologista.
Os hormônios utilizados na reposição hormonal, indicados para o período da menopausa, podem estimular o crescimento do câncer já instalado. Por isso, a indicação da terapia de reposição hormonal mais segura é aquela que permite suspender o tratamento imediatamente, quando há o diagnóstico de câncer.
“Ouço muitas pessoas falarem que essa situação é rara, mas estou vendo muitos oncologistas de depararem com esse tipo de situação”, conta Dra. Lorena. Segundo a médica, a suspensão de reposição hormonal também está indicada para doenças agudas como acidente vascular cerebral (AVC) e doenças cardiovasculares.
Sobre a Dra. Lorena Lima Amato – A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.
Serviço:
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