Atenção aos sinais da espondilite anquilosante, a doença que acomete jovens

Atenção aos sinais da espondilite anquilosante, a doença que acomete jovens

Dor nas costas aliada a sintomas intestinais, oculares e na pele indicam alerta

“A espondilite anquilosante é uma doença inflamatória, incapacitante, que causa calcificação da coluna e perda dos movimentos. Ela acomete pessoas em idade jovem, com o pico entre os 20 anos e 50 anos, e leva a um processo de dor, principalmente na lombar, de ritmo inflamatório. A dor piora no repouso, ou seja, desperta a pessoa à noite e, ao acordar, essa pessoa leva muito tempo para conseguir se esticar, espreguiçar, movimentar”, explica Dr. Marcelo de Medeiros Pinheiro, reumatologista da diretoria da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO).

A espondilite anquilosante pode acometer a coluna e as articulações, como joelhos, tornozelos, pés, quadris, causando dificuldade para girar o pescoço, fletir a coluna, pegar alguma coisa no chão. No entanto, ela pode estar associada a outros achados fora das articulações. “É comum que os pacientes tenham olho vermelho recorrente (uveíte), alterações do trânsito intestinal, oscilando episódios de diarreia com os de constipação, dor abdominal e pode haver a psoríase, que são lesões descamativas na pele. Por isso chamamos atenção para esses sinais”, alerta o reumatologista.

“É muito comum um paciente contar uma história de diarreia, mas, na maioria das vezes, ele não faz a relação entre a dor no joelho ou a dor nas costas e o gatilho intestinal. E estudos indicam existir uma ligação muito forte entre essas bactérias que habitam na pele, como a psoríase, no intestino, como na doença inflamatória intestinal, e na própria espondilite e essa predisposição genética, conferida pelo HLA-B27 positivo. Por isso temos de cuidar da alimentação desses pacientes e dos exercícios”, explica Dr. Marcelo.

Uma vez que a dor nas costas é muito frequente na população em geral, o diagnóstico diferencial se baseia na idade e nas outras características da dor e outros achados extra-articulares, bem como exames de sangue e de imagem (radiografias, ultrassonografia e ressonância magnética). O diagnóstico precoce é fundamental, mas seu atraso tem sido frequente: demora-se cerca de 8 a 10 anos entre o início dos sintomas até fechar o diagnóstico. “A maioria dos pacientes são jovens com dor nas costas. Eles procuram um pronto-socorro e são apresentados com hérnia de disco, uma sobrecarga porque pegou peso, ou porque dormiu no colchão errado, ou porque não dormiu bem. Então, sempre tem uma causa para essa dor nas costas. Por isso o atraso no diagnóstico é muito grande e precisamos encurtar a jornada do paciente com espondilite. E vale prestar atenção a outros sinais”, comenta o reumatologista.

A espondilite anquilosante é altamente incapacitante, prejudicando a qualidade de vida, o bem-estar. São pacientes que, muitas vezes, não conseguem se deitar, ficam muito tempo sentados com dificuldade, olhando para baixo e perdendo a capacidade de olhar o horizonte, ocasionando frustrações, constrangimentos e vergonha.

A saúde óssea deles têm a concomitância de dois aspectos: osso fragilizado, aumentando a chance de fratura, mas também que calcifica promovendo a perda da mobilidade e funcionalidade. “Eles ficam imóveis dentro da própria coluna, aumentando chance de fratura e de calcificação”, explica o médico.

O tratamento vai se basear em medidas como os exercícios, dieta balanceada, ricas em alimentos saudáveis, evitando os industrializados, pois a saúde intestinal é importante, além de medicamentos anti-inflamatórios e anticorpos monoclonais, chamados de biológicos.

 

Sobre a ABRASSO

A ABRASSO, Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo, representa a união das três principais sociedades médicas dedicadas ao estudo da osteoporose e do osteometabolismo no Brasil: SBDENS (Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica), SOBEMOM (Sociedade Brasileira para Estudo do Metabolismo Ósseo e Mineral) e a SOBRAO (Sociedade Brasileira de Osteoporose).

Criada em 2011, conta hoje com cerca de 1.500 associados de diversas especialidades médicas, além de outros profissionais da área da Saúde que, juntos, têm a missão de difundir o conhecimento científico, estimular o ensino,  a pesquisa e realizar ações preventivas da saúde junto ao público em geral.

 

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