Conheça as principais alergias na terceira idade
Asma predomina em mulheres, segundo estudo
#congressoalergia2017
Entre 5% e 10% dos idosos têm algum tipo de alergia e a rinite alérgica é uma das principais causas de consultas em ambulatórios e consultórios especializados, com prevalência significativa em pacientes com mais de 60 anos de idade. Trata-se de uma doença de pouca gravidade, mas que interfere significativamente no bem-estar de seu portador. A asma ocupa a segunda posição, seguida da tosse em ordem de frequência.
Esse é um dos temas confirmados para o 44º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, que será realizado em Belo Horizonte, entre os dias 21 e 24 de outubro.
“Trabalho realizado na Clínica de Alergia da Policlínica Geral do Rio de Janeiro em 2015 sobre perfil epidemiológico de asma em idosos mostrou predominância em mulheres, sendo que 26,79% tinham rinite alérgica associada”, conta a Dra. Fátima Emerson, Coordenadora da Comissão de Assuntos Comunitários da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
Entre as manifestações dermatológicas, o prurido ocupa maior percentual de ocorrência, seguido de urticária, alergia a medicamentos e dermatite de contato.
O tratamento não difere daquele nas demais faixas etárias, na maior parte das vezes. Contudo, os idosos podem ter outras doenças, além da alergia, e usam outros medicamentos (polifarmácia). “Por isso, os cuidados devem ser rigorosos para avaliar ‘benefício versus risco’, para que se obtenha o melhor resultado de forma segura e eficaz”, explica Dra. Fátima.
Conheça os sintomas das alergias mais frequentes em idosos
RINITE ALÉRGICA
Espirros repetidos, coriza abundante, entupimento e coceira nasal. À medida que o processo inflamatório alérgico piora, compromete-se a mucosa de estruturas vizinhas, resultando em manifestações em olhos, ouvidos, seios da face, garganta e pulmões.
Podem ocorrer também lacrimejamento e coceira nos olhos, céu da boca, ouvidos e garganta. É comum a sensação de corrimento de secreção pela parte de trás do nariz para a garganta, conhecido pelo nome de gotejamento pós-nasal, que pode provocar pigarro ou tosse insistente.
Nas manifestações mais intensas e demoradas de rinite, a secreção pode se modificar e tornar-se pegajosa, espessa e amarelada, principalmente quando ocorre infecção secundária no nariz e nos seios da face.
ASMA
Manifesta-se por crises de “falta de ar”, “chiado no peito”, cansaço e tosse, sintomas determinados por uma inflamação demorada (crônica) e persistente das vias respiratórias. A asma compromete cerca de 10% da população sendo que nos idosos é bastante frequente, a despeito do mito de que a asma “cura com a idade”.
As crises de asma podem variar desde uma leve sensação de cansaço até sufocação grave. Como é uma doença dinâmica, pode se manifestar de modo diferente num mesmo paciente, ora de forma discreta e controlada, ora grave e, sob certas circunstâncias, evoluindo rapidamente para uma crise descompensada.
TOSSE
A tosse é uma queixa comum e pode ser um problema no caso dos idosos. Em primeiro lugar, por ser incômoda e interferir na qualidade de vida, do sono e do repouso noturno. Além disso, em grande parte dos casos, inicia-se a busca de alívio com xaropes caseiros, antitussígenos e expectorantes, que vêm se somar aos medicamentos que o idoso já utiliza. Contudo, é essencial buscar a causa da tosse, pois pode ser o sinal de diversas doenças, desde resfriados simples até problemas mais sérios.
Idosos podem ter a chamada “tosse crônica” de duração arrastada que pode estar associada com a alergia e necessitar tratamento especializado. Também pode ser causada por remédios para controlar a hipertensão e ser confundida com a alergia.
É importante ressaltar que a tosse nos idosos não é um problema banal controlado apenas por xaropes ou antitussígenos, mas é sobretudo um sinal de comprometimento do organismo por fatores importantes, e por isso a causa da tosse deve ser pesquisada.
ALERGIA NOS OLHOS
Os olhos se modificam com a idade, tornando-se mais secos e propensos a fatores irritativos. Soma-se ao fato de que as pessoas idosas em geral usam colírios com frequência, o que pode gerar ardência e desconforto, confundindo com alergia. As manifestações alérgicas nos olhos podem comprometer as pálpebras, cílios, conjuntiva, córnea e úvea. São as blefarites, conjuntivites, uveítes.
COCEIRA OU PRURIDO
Coceira na pele ou pruridermia é uma manifestação comum em idosos, devido às características da pele nesta faixa etária. É um sintoma que pode acompanhar várias situações de saúde e condições da pele. Pode ser sinal de problemas dermatológicos, outras doenças orgânicas ou ainda alterações emocionais.
URTICÁRIA
É uma erupção na pele manifestada por placas avermelhadas salientes, de tamanho variado, com coceira intensa. A urticária representa cerca de 1/3 das causas de consultas em clínicas ou ambulatórios voltados para atendimento de doenças cutâneas alérgicas. Entre os pacientes com mais de 60 anos, ocupa posição de destaque, se não pelo quociente de sua ocorrência, mas com certeza pela dificuldade de seu manuseio.
A urticária se manifesta por pontos e placas salientes (pápulas), em geral de aspecto avermelhado, de tamanho variável desde milímetros até vários centímetros. As lesões podem ser isoladas ou se juntar formando grandes placas. São normalmente bem delimitadas e costumam coçar muito (prurido). As pápulas têm duração fugaz, pois evoluem em algumas horas, desaparecendo sem deixar vestígios e mudam de localização, aparecendo ora num local do corpo, ora em outro.
ECZEMA DE CONTATO
Os eczemas de contato são produzidos pela ação direta de determinadas substâncias sobre a pele. Essas substâncias podem agir como irritantes da pele ou por mecanismos alérgicos. O aumento da industrialização determina uma maior exposição a novos produtos químicos capazes de provocar dermatite de contato. No idoso, particularmente, é importante destacar o papel de medicações de uso local (cremes, pomadas, loções) provocando eczemas. Outras causas em idosos incluem: cosméticos, bijuterias, produtos de limpeza etc.
ALERGIA A REMÉDIOS
O consumo de medicamentos em idosos aumenta progressivamente ano após ano, contribuindo para curar doenças, amenizar sofrimentos e melhorar a qualidade de vida, sendo um dos fatores responsáveis pela longevidade. Por outro lado, este aumento do uso pode resultar em reações adversas, como as reações alérgicas a medicamentos. Alguém que sempre tomou um remédio e nunca teve nada, um belo dia toma este mesmo remédio e fica com inchaços pelo corpo. Isto acontece porque a alergia não surge da primeira vez e sim quando já se tomou aquele remédio por várias vezes.
Analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios são bastante utilizados por idosos, muitas vezes até mesmo sem receita médica e constituem um grande grupo de medicamentos, englobando desde a aspirina (ácido acetil salicílico ou AAS), passando pela dipirona (pirazolonas) e chegando aos chamados anti-inflamatórios não hormonais (diclofenaco, ibuprofeno etc.). Como todos agem pelo mesmo mecanismo, uma pessoa alérgica a um analgésico e/ou anti-inflamatório poderá desenvolver também a outros medicamentos similares.
Citam-se ainda: antibióticos, diuréticos, anti-hipertensivos, entre outros – que podem também causar alergia.
Contrastes iodados e anestésicos: podem ser causa de alergia em idosos e necessitam de orientação do alergista para que sejam orientados adequadamente.
XLIV Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia
Data: De 21 a 24 de outubro
Local: Minas Centro – Belo Horizonte
Horário: Das 8h30 às 18 horas
Informações: www.congressoalergia2017.com.br
Sobre a ASBAI
A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia existe desde 1972. É uma associação sem finalidade lucrativa, de caráter científico, cuja missão é promover a educação médica continuada e a difusão de conhecimentos na área de Alergia e Imunologia, fortalecer o exercício profissional com excelência da especialidade de Alergia e Imunologia nas esferas pública e privada e divulgar para a sociedade a importância da prevenção e tratamento de doenças alérgicas e imunodeficiências. Atualmente, a ASBAI tem representações regionais em 21 estados brasileiros.
Serviço
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